A Rede MNEMOSINE: Rede de Mulheres Cordelistas, cantadoras, repentistas e xilógrafas é um movimento nacional de alcance internacional, atrelado a produção feminina na Literatura de Cordel e em suas artes-irmãs:
1 – Cantoria (que envolve diversas manifestações de expressão oral como côco de roda e de embolada, aboios, lamentos, carpideiras, rezadeiras, benditos, ladainhas, cancioneiro popular com cantigas de roda e de ninar, cantos de trabalhos);
2 – Repente (mulheres cantadoras-violeiras e repentistas);
3 – Ilustradoras de cordéis (fotografia, desenho, xilogravura).
Associa-se também a esta Rede, o ofício das Mulheres Jangadeiras, com sua oralidade pesqueira, artesanal e suas histórias de pescadoras, além das mestras dos folguedos tradicionais no Brasil.
A Rede surge a partir de ações realizadas pela cordelista cearense Josy Maria, desde a fundação de sua Cia. de Artes (Cia. Catirina e núcleo literário Ateliê da Palavra) no ano de 2002, através de pesquisas de tradição popular brasileira e latino-americana. Inicia viagens à eventos de oralidade no Brasil e América Latina, sempre carregando consigo uma mala de folhetos de cordel para exposição e venda nos eventos que participava, com o intuito de divulgar a arte, em parceria com a Editora A Estrofe/Tupinanquim do cordelista, editor e ilustrador Klévisson Viana.
Em 2007, começa o contato direto e pesquisa com as primeiras mulheres cordelistas, através de Fanka Santos e Josenir Lacerda no Cariri cearense, mesmo ano em que visita a Academia Brasileira de Literatura de Cordel, na capital carioca.
Em 2010, descobre o blog “Cordel de Saia” idealizado pela cordelista cearense (radicada no Rio de Janeiro) Dalinha Catunda em parceria com a cordelista maranhense Rosário Pinto, duas das principais referências do cordel feminino no Brasil.
Em 2012 lança seu primeiro cordel, intitulado “A História dos Contadores de Histórias” apresentado no evento Boca do Céu: Encontro Internacional de Contadores de Histórias na cidade de São Paulo, capital.
A Rede começa a ganhar voz no ano de 2013, com a realização de pesquisa orgânica da cordelista cearense Josy Maria que, com o apoio do Ministério da Cultura, viaja à Europa a fim de coletar informações sobre as “Origens Europeias da Literatura de Cordel” e os temas recorrentes dos folhetos no nordeste brasileiro. Desta pesquisa, acompanhada pela musicista e cordelista Luciana Costa, Josy Maria encontra-se com a pesquisadora e cordelista Fanka Santos, finalizando seu pós-doutorado sobre o tema de “Mulheres Cordelistas” na Universidade de Poitiers (França) e conhece o Centro de Pesquisa em Cultura Popular Latino-Americana Raymond Cantel (maior acervo de cordel da Europa), aproximando-se da orientadora de Fanka, a professora holandesa Ria Lemaire. No referido acervo, Fanka organiza um fundo com folhetos exclusivamente femininos que leva seu nome.